sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Poema da aluna Karine Vasconcelos da escola estadual Ana Maria Tissiani de Oliveira

Vasculhando pela internet encontramos esse poema escrito pela aluna Karine da escola localizada na comunidade rural da Bojui no municipio de Diamantino e entendemos que é de relevância sua publicação e para os mais curiosos a escola possui um blog acesse http://eeanamariatissianideliveira.blogspot.com.br/

HISTÓRIA DAS NOSSAS ESCOLAS

Toda escola tem sua história
Toda história tem seu começo
É um fato que não sai da memória
Pois é algo que tem um preço

Preço de suor e cansaço
Dia e noite sem parar
Trabalhando fazendo traços
Para seus filhos estudar

Como já havia citado
Esta história é interessante
Algo que aconteceu no passado
E continua sendo importante

Importante para quê?
Para os alunos de hoje saber
Como iniciou nossa escola
E a origem dessa bela história

Há alguns anos atrás
Muitas famílias para cá vieram
Se acamparam na fazenda São João
Mas recursos não tiveram

Como se não bastasse
Pistoleiros ali apareceram
Antes que eles os matassem
Os povos resolveram

Vamos nos unir
E sairemos daqui
Só não podemos desistir
Do que viemos fazer aqui

Novamente acampados
Mas nunca desanimados
Então surge a historia
Da grandiosa e bela escola

Uma senhora por nome Maria
Para ajudar aquele povoado
Seus esforços não media
Tentava de todos os lados

Ensinava o que sabia
E com os alunos aprendia
Mas não parava por ai
Pois até merenda ela cedia

Era para se exaltar?
Não!
Ela só queria ajudar
Para que as pessoas tivessem educação

Para que mesmo com dificuldade
Embora as idades
As pessoas pudessem ler
E também escrever

Com isso o tempo passou
E Maria adoeceu
O povo se preocupou
E não mais compareceu

Então se entristeceram
Pois quem irá nos ensinar
Quase que a esperança perderam
Quando a nora de Maria veio se apresentar

Não sei muita coisa
Mas posso lhes ajudar
Maria ficará contente
Se eu continuidade ao seu trabalho dar

O povo concordou
E pra aulas retornaram
Só que muitos desistiram
Por motivos de trabalho

Lutaram para sobreviver
E aos seus filhos darem de comer
Liam e escreviam o quanto podiam
Para nunca esquecer que aprendiam

Antes de Maria adoecer
Uma comitiva política passou
Ao ver os esforços dela
Que educava com amor

Voltaram para Cuiabá
E ao governador falaram
Você precisa ajudar
As pessoas daquele lugar

O governador se preocupou
E resolveu então ajudar
Dando o que era necessário
Para que o povo continuasse a estudar

Quem estava frequentando
As aulas naquele lugar
Eram os filhos dos assentados
Pois seus pais tinham que trabalhar

Com seus caderninhos ganhados
Eles tinham o maior cuidado
Embaixo de uma arvore sentados
Em tocos quer fora cortados

Pensa que eles se envergonhavam?
Isso era muito bom
Pois no futuro pensavam
Em torna-se bons cidadãos

As aulas eram divertidas
Brincando eles aprendiam
Os professores como sempre
Na mesma tecla batia

Educação minha gente!
Não se esqueça, por favor,
Esta é a semente
Que eles plantavam com amor

Maria havia falecido
Mas o povo não tinha esquecido
Que ela havia começado
E seu trabalho não ia ser barrado

Fizeram um barracão
E seu nome colocaram
Pois com muita dedicação
Ela os tinha ensinado

Mas como os professores
Ainda não eram formados
Procuraram algo melhor
Para que os alunos não ficassem parados

Foi então que surgiu
Oportunidades para este lugar
O povo reuniu
E na cidade seus filhos foram estudar

Mas este povo não descansou
Queriam que o INCRA cortasse as terras
Eles batalharam, mas não queriam guerras

Só queriam ter certeza
Que seus esforços não eram vãos
Pois havia muitas belezas
Em suas plantações

O povo esperava
Uma tal reforma agrária
Que alguém no INCRA dizia
Mas nunca ninguém sabia

Mas com fé em Deus
O povo esperou
O INCRA decidiu
E as terras cortou

Cada qual em seu sitio
Longe, perto, feio ou bonito
Então construíram uma vila
Com escola, casas, igrejas e até mercearias

Foi então que construíram
Uma escola de material
O povo mais uma vez se uniram
Para que ela fosse igual

Igual a qualquer outra escola
Registrada em cartório
Com o nome de Maria
Para se fazer notório

E isto aconteceu
O prefeito concordou
O pedido de todos atendeu
E com este nome a escola ficou

Escola Estadual “Maria Euzébia Ferreira”
Seu nome ficou lembrado
Por educadores, funcionários e educandos
E por pessoas que nos informaram de seu passado

Hoje temos nossa escola aqui
Em nosso campo, em nosso P.A
Não precisamos sair daqui
E nem parar de estudar

Já fomos extensão do Plácido
Mas isso foi fantástico
Já somos acostumados nos ajuntar
Para podermos ganhar

Ganhar uma educação
Com mais qualidade
Agora temos o PROJOVEM
Pois somos iguais à cidade

Pode até ser
O que agora vou dizer
Uma surpresa pra você
Se você quer bem saber

Somos também
Uma escola estadual
Nosso P.A é recheado
Conquistamos outro ideal

O nome de nossa escola
É E.E Ana Maria Tissiani de Oliveira
Tem também sua história
Pois foi outra guerreira

Que faleceu
Quando daqui saiu
E um horrível acidente
Seu fôlego não mais existiu

Ela era a diretora
Da escola Maria Euzébia
Mas a morte não faz escolha
E a levou nessa Tragédia

Foi difícil conformar
Com a falta que ela fazia
Quando víamos o ônibus chegar
E a Ana não mais descia

Ela nos ajudou
E nos ensinou uma lição
Nunca deixe de estudar
Para ter uma boa educação e uma boa profissão

Pode até ser
Voltada para o campo
Quando vocês crescer
Vou me orgulhar um tanto

Só de saber
Que eu também contribui
Que participei
De seus desenvolvimentos aqui

Pois estudar no campo
Não é diferente da cidade
Todos têm direitos e deveres
Não importa sua idade

Mas para homenagear
Ela que tanto lutou Ana, aqui neste lugar
Seu nome gravado ficou

Me orgulho de estudar
Aqui neste lugar
Temos do pré ao ensino médio
E não passamos mais tédio

De ter que sair daqui
Para algo melhor conseguir
Pois temos professores formados
E em suas matérias ficam bem explicados

Saímos prontos daqui
Para sermos bem sucedidos ali
Pois somos bem ensinados
Que nós somos capacitados

Continuamos em união
Pois só assim que conseguimos
Não importa a ocasião
Se precisarmos pedimos

Como diz o ditado
Nunca fique calado
“Quem tem boca vai a Roma”
“Quem não chora não mama”

É por isso, que eu digo
Gosto de minha escola
E assim eu termino
Esta linda historia

Como já havia citado
Cada escola tem sua historia
Eis ai um breve resumo
Que eu guardo em minha memória

Karine Adrielle Martins Vasconcelos
Aluna E.E Ana Maria Tissiani de Oliveira Agrovila Bojuí - Diamantino-MT

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