sábado, 27 de outubro de 2012

Estudo aponta Arena Pantanal “obra condenada” após 2014

Um estudo divulgado nesta semana pelo IDEE (Instituto Dinamarquês de Estudos do Esporte), no Portal Uol, revela que, dos 12 estádios que serão usados na Copa do Mundo de 2014, quatro estão condenados a se tornarem verdadeiros “elefantes brancos”, devido ao baixo número de público que terão após a realização do Mundial.
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O IDEE criou um índice mundial de estádios e, segundo o levantamento, o estádio mais problemático será a Arena Pantanal, em Cuiabá, projetado para receber 42 mil pessoas e que poderá ser usado como sede do Mixto Esporte Clube, após o Mundial.
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Isso porque os torneios habitualmente disputados pelos clubes que irão usar as arenas problemáticas são as séries B, C e D do Campeonato Brasileiro, que registram, em média, um público que vai de 2,1 mil a 4,5 mil torcedores.
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A avaliação foi feita por meio da atribuição de uma pontuação, na qual cada ponto equivale à capacidade total do local. Dessa forma, uma arena que obtivesse 100 pontos teria tido, em um ano, um público correspondente a 100 vezes sua capacidade máxima.
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O IDEE afirma que a média de pontos nos estádios internacionais avaliados é de 13,4.
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A Arena Pantanal, que atualmente já possui 47% dos serviços concluídos, foi avaliada em 0,8, ou seja, em um ano, ela teria recebido apenas 80% da sua capacidade máxima, o que corresponde a 33,6 mil torcedores por ano.
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Ranking
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Além do estádio de Cuiabá, tiveram mau desempenho as arenas em construção em Manaus (3,2 pontos) e Natal (1,5 pontos) – também com capacidade para 42 mil torcedores – e o de Brasília (0,9 pontos), que tem capacidade para receber 70 mil pessoas. Confira o ranking no final do texto.
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O instituto diz considerar no estudo o argumento padrão do COL (Comitê Organizador Local), Ministério do Esporte e secretarias municipais e estaduais da Copa de que vários dos estádios do Mundial serão arenas multiuso, recebendo shows e convenções, e que isso garantirá o uso e ocupação dos mesmos, além da possibilidade da Copa renovar e ampliar o interesse de novos públicos por futebol. Segundo o sistema de avaliação empregado, o estádio do Brasil com a melhor perspectiva é o Itaquerão, em São Paulo, com 13 pontos.
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O instituto fez esta projeção de pontos ao analisar a média anual de público como mandante do Corinthians, que em 2011 foi de quase 30 mil torcedores. O IDEE cita ainda o perigo dos custos para a preparação dos estádios da Copa ultrapassarem, em muito, a previsão inicial. Isso porque, na África do Sul, as arenas da Copa 2010 custaram 16 vezes mais do que os primeiros orçamentos.
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Divergência de opiniões
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Em visita à Cuiabá na última terça-feira (23), o deputado federal Romário Faria (PSB) enfatizou que a Arena Pantanal, como outras no país, praticamente não será aberts após o Mundial.
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No caso de Cuiabá, o motivo seria agravado pela falta de tradição no futebol, uma vez que nenhum time da cidade integra a elite do esporte no país no Campeonato Brasileiro, por exemplo.
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“Não só a Arena Pantanal como arenas que existem no Brasil não vão conseguir sobreviver só através do futebol”, disse o ex-jogador, na ocasião.
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No mesmo dia, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PC do B), também em visita a Cuiabá, alegou que a Arena Pantanal não corre o risco de se tornar uma obra sem utilidade pública.
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A razão, segundo ele, é que o estádio de Cuiabá está sendo construído, bem como os demais no país, não com o foco apenas no futebol, mas para ser um espaço multiuso.
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“Vivemos de fases. Uma equipe não precisa, necessariamente, estar na série A do Campeonato Brasileiro; o Santa Cruz [de Recife] coloca 60 mil torcedores em seu estádio”, exemplificou.
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Outro lado
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Por meio de nota enviada ao MidiaNews, a Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo) afirmou que a sustentabilidade financeira sempre foi uma preocupação do Governo do Estado, sendo este um fator primordial que orientou, inclusive, a escolha do projeto mais adequado à realidade da Capital.
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A pasta ressaltou que o projeto tem como conceito a criação de uma arena multiuso, que deverá ser operada futuramente por uma empresa privada, segundo tendência mundial do setor.
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Por essa razão, o Estado deve licitar a gestão da Arena e quem vencer poderá usá-la para shows, apresentações musicais, concertos, feiras comerciais, exposições, congressos estaduais e nacionais, palestras, reuniões religiosas voltadas para grandes públicos, entre outros eventos.
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A estimativa é de realizar entre 35 a 40 eventos anuais, todos gerando renda para a manutenção da Arena. Os 109 camarotes, por exemplo, podem ser transformados em espaços comerciais e de serviços.
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Sua área interna, com cinco andares, poderá abrigar no pós-Copa praças de alimentação, restaurantes, academias de ginástica e faculdades de educação física, que irão contribuir para manter a sustentabilidade financeira.
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Segundo a Secopa, vários grupos estrangeiros especializados em eventos de grande porte, associados a empresas brasileiras, já fizeram as primeiras consultas sobre eventual participação na gestão futura da Arena.
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A Secopa ressalta ainda que a arena poderá ter uma redução de até 15.000 assentos, possibilitando a adequação para a demanda real de público para eventos esportivos, culturais e de lazer em Cuiabá, após a Copa, um diferencial que “reduz significativamente os custos de manutenção no futuro”.
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Ranking IDEE


Fonte: Mídia News

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