Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) voltaram a bloquear a BR-163, a cerca de oito quilômetros de Nobres, por volta das 13h. Impedindo o tráfego desde às 8h, eles liberaram a pista às 11h. A Polícia Rodoviária Federal informou, ao Só Notícias, que a nova previsão de desbloqueio é às 17h. Mais cedo, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Mato Grosso (Fetagri), Adão da Silva, esteve dialogando com os manifestantes. São aproximadamente 450 que estão no local.
Ainda é aguardada a presença do superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Valdir Barranco. O congestionamento já chega a mais de quatro quilômetros, sentido Cuiabá, informa um dos manifestantes.
Os sem terra querem o assentamento de famílias em uma área de 68 mil hectares, em Rosário Oeste. A decisão judicial com este fim seria de 1999. A área total da União seria superior a 160 mil hectares. Adão disse, ao Só Notícias, que repassou aos manifestantes, que a entidade já oficializou a Advocacia-Geral da União e o Incra em Mato Grosso e em Brasília, além do Ministério do Desenvolvimento Agrário e também a Secretaria Geral da Presidência da República sobre a situação. Afirmou ainda que o Incra já teria enviado um documento à advocacia em relação a área destinada à reforma agrária. O argumento é de que para que as famílias sejam assentadas, a advocacia precisa começar os trâmites burocráticos. É aguardado o posicionamento das autoridades.
"Mato Grosso tem mais de seis milhões de hectares de áreas da União, mas reforma agrária está sendo feita em áreas compradas. Dois milhões de hectares que foram repassados da União para o Estado, não região de Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Marcelândia, e não se sabe o que aconteceu", disse Adão. "É uma vergonha o que está acontecendo. Grandes produtores se apropriando de áreas da União, dos pequenos agricultores. E muitas vezes eles ficam com as melhores partes, desmatando Áreas de Preservação Permanente (APP) e Áreas de Preservação Ambiental (APA)".
O MST aponta que deve manter o bloqueio da BR até que um representante nacional, do governo, chegue ao local. Ontem eles colocaram pneus na pista e atearam fogo, além de exporem faixas com "agradecimentos" à superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura, assim como para a vara da Justiça Agrária. Um cartaz foi "endereçado" ao governador Silval Barbosa com frase: "não somos bandidos".
Fonte: Weverton Correa/Só Noticias
Foto: Só Noticias
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