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Muitas cargas já se perderam na BR-364, no trecho entre a Serra de São Vicente e Cuiabá
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O bloqueio das principais rodovias federais - casos específicos das BRs 174 e 364 - em Mato Grosso, desde o começo da semana, já produz reflexos extremamente negativos na economia.
De acordo com o secretário-executivo do Sindmat (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso), Gilvando Alves de Lima, os prejuízos ao setor, por exemplo, são irrecuperáveis.
“Muitos já perderam cargas, como carne e outros produtos, e já há postos de combustíveis sem gasolina. Não sabemos onde isto vai parar e não vemos formas de o setor ser ressarcido por todo este prejuízo. E se os empresários perdem, a economia do Estado também perde. Alguém tem que fazer alguma coisa”, disse Lima.
O Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso) alertou, por meio de nota, que as bases de distribuição de combustíveis em Mato Grosso já sentem os efeitos dos bloqueios em rodovias no Estado.
Em contato com as distribuidoras locais, o sindicato foi informado que os tanques de armazenagem estão com os estoques reduzidos.
Representantes das empresas de transporte de cargas de Mato Grosso se reniram, na manhã de hoje, com o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Savi, em busca de apoio.
Revolta
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) lançou um alerta, na quarta-feira (29), sobre o clima tenso que se instalou às margens das estradas, principalmente na BR-364.
Na ocasião, além dos índios caminhoneiros, revoltados com a interdição, fizeram novos pontos de bloqueio na rodovia, que liga Cuiabá a Rondonópolis.
Motoristas revoltados queimam pneus e pedem a intervenção do Estado e do Governo Federal para resolver o impasse.
Representantes das empresas de transporte de cargas de Mato Grosso se reuniram, na manhã desta quinta-feira (30), com o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Savi, em busca de apoio no sentido de para o probresolução dos bloqueios de rodovias realizados pelos indígenas.
As interrupções totais do trânsito nas BRs 364 e 174 ocorrem desde segunda-feira (27). Ainda não há previsão de liberação das rodovias. Os índios se mostram irredutíveis quanto à liberação das BRs.
Voos prejudicados
O bloqueio pode prejudicar voos comerciais e domésticos a partir desta quinta-feira (30), no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, por falta de combustível.
Segundo uma fonte do MidiaNews, as três distribuidoras que fornecem o querosene para os aviões de grande porte das companhias aéreas em Várzea Grande já estariam sofrendo com a falta de abastecimento.
A interdição das rodovias federais estaria impedindo a passagem de caminhões que transportam o produto e, por essa razão, as empresas estariam sem estoque suficiente para garantir o abastecimento nos próximos dias.
Revogação de portaria
Os indígenas reivindicam a suspensão da Portaria de nº 303, da AGU (Advocacia Geral da União), que entra em vigor no dia 24 de setembro.
O documento regulamenta a atuação dos advogados públicos e procuradores em processos judiciais envolvendo a demarcação e o uso de terras indígenas.
A portaria proíbe a ampliação de terras indígenas já demarcadas; a venda ou arrendamento de qualquer parte desses territórios que restrinja o pleno exercício do usufruto e da posse direta pelas comunidades indígenas; veda o garimpo, a mineração e o aproveitamento hídrico da terra pelos índios e impede a cobrança, pela comunidade indígena, de qualquer taxa ou exigência para utilização de estradas, linhas de transmissão e outros equipamentos de serviço público que estejam dentro das áreas demarcadas.
Fonte: Midia News