Sindicatos rurais de 14 municípios da região Norte do Araguaia mato-grossense protestam contra a retirada de sete mil não-índios na gleba Suiá-Missú, prevista para iniciar nesta sexta-feira, por meio da Força Nacional de Segurança e do Exército Brasileiro.
Os sindicatos de Barra do Garças, Água Boa, Campinápolis,Canarana, Cocalinho, Confresa, Nova Xavantina, Porto Alegre do Norte, Querência, Ribeirão Cascalheira, Santa Cruz do Xingú,São Félix Do Araguaia, São José do Xingú e Vila Rica emitiram nota de repúdio, por meio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
“São mais de sete mil pessoas que habitam há vários anos a referida gleba. Famílias, de boa fé, adquiriram essas áreas e investiram na região. São mais de 40 anos de sonhos, investimentos e realizações”, diz a nota.
Conforme a Famato e os 14 sindicatos rurais da região, ao longo das quatro décadas, o governo, no mínimo, se tornou cúmplice, quando realizou investimentos de infraestrutura no local, com a implantação de postos de saúde e escolas. “Escolas estas que, atualmente, se transformaram em um verdadeiro quartel general, abrigando o Exército e as Forças Armadas na comunidade denominada Posto da Mata, tirando o sossego e a liberdade da população local, situação esta inaceitável” diz a crítica sindical.
Aduz a nota de repúdio que a ação federal para a retirada das sete mil pessoas de suas casas “contraria frontalmente o estado democrático de direito em que vive a nação brasileira, descaracterizando frontalmente o nosso ordenamento jurídico e enfraquecendo a democracia”.
“Os sindicatos rurais do Vale do Araguaia apoiam o movimento da Associação de Produtores da Gleba Suiá-Missú e farão o que estiver ao alcance para contribuir na resolução deste impasse de forma harmônica”, pontua o documento.
A nota de repúdio é finalizada com a esperança de que haja intervenção governamental para evitar a ação militar prevista para começar a qualquer instante em Posto da Mata. “A expectativa destes sindicatos é no sentido de que, o governo brasileiro, por meio da Funai, Ministério da Justiça e da Presidente da República, Dilma Rousseff, compreendam a gravidade do que está ocorrendo na região e busquem uma solução plausível, tanto para os produtores quanto para os índios”, finaliza.
Fonte: AgroOlhar
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