quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Comércio eletrônico tem alta de 21% no primeiro semestre


29,6 milhões de encomendas foram feitas nas lojas virtuais



O comércio eletrônico faturou R$ 10,2 bilhões no primeiro semestre do ano, 21% a mais do que no mesmo período do ano passado (sem descontar a inflação), segundo o relatório Webshoppers, de referência do setor e produzido pela e-bit e a Câmara E-net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico).

No período, 5,6 milhões de pessoas fizeram a sua primeira compra on-line, totalizando 37,6 milhões de consumidores virtuais. O valor médio da compra ficou em R$ 346, sendo que 29,6 milhões de encomendas foram feitas nas lojas virtuais.

O segmento de eletrodomésticos e o de produtos de saúde, beleza e medicamento foram os mais significativos, com 13% de participação nas vendas cada um.

A categoria moda e acessórios, que ficou em terceiro lugar no ranking das cinco categorias mais vendidas, registrou 11% de participação. No último relatório, ela não aparecia entre as cinco principais.

Em quarto lugar, livros, revistas e assinaturas de jornais corresponderam a 10% das vendas. Na quinta colocação, informática ficou com 9%.

Projeção

Com dados macroeconômicos desfavoráveis e gargalos no setor, a expectativa de crescimento do setor foi reduzida. O comércio eletrônico deve faturar R$ 22,5 bilhões neste ano, 20% a mais do que em 2011. Anteriormente, a previsão de alta era de 25%.

Além dos dados macroeconômicos, como o esfriamento da economia e a redução da projeção do PIB (Produto Interno Bruto) para 2012, Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, apontou a diminuição do prazo de pagamento sem juros como um dos fatores que levou à redução, já que aqueles que precisam do parcelamento acabam postergando a compra.

"O frete grátis também vem diminuindo de forma consistente nesse mercado, o que também provoca uma diminuição das compras, já que é um custo a mais ao consumidor. Por fim, o aumento do prazo de entrega também leva as pessoas a comprar na loja física em vez das virtuais.", diz Guasti.

Para Leonardo Paralhes, vice-presidente de estratégia da Câmara E-net, o desenvolvimento inicial do comércio eletrônico criou uma expectativa muito grande nos consumidores, que se acostumaram à ideia de entrega no dia seguinte com frete grátis.

"Os gringos perguntam pra nós como a gente consegue, e realmente é algo que até pode ocorrer por um tempo, mas é insustentável a longo prazo em um país com as dimensões continentais do Brasil", disse.

Preços caindo

O Índice FIPE/Buscapé, que mede os preços dos cerca de 1,3 milhão de produtos do comércio eletrônico brasileiro, teve uma queda 0,31% no mês de junho de 2012.

No ano, apenas em janeiro houve aumento de preços, de 0,90%.

Compras coletivas

No primeiro semestre de 2012, o mercado de compras coletivas vendeu 12 milhões de cupons a um ticket médio de R$ 60. Foram 83.233 ofertas anunciadas.

O crescimento nominal do setor foi de 2% em relação ao ano passado, o que indica retração ao ser descontada a inflação.

Para Paralhes, o cenário não é de retrocesso, mas de maturação do setor, que teve uma explosão nos últimos anos e está se consolidando este ano, com fusões e aquisições de grandes empresas.

"Além disso, temos visto uma regulação que não faz sentido em uma democracia, em um sistema republicano. No Rio de Janeiro, por exemplo, o setor de compras coletivas já é regulado, como é o setor elétrico", disse, para dar uma medida das dificuldades que o setor vem enfrentando.

Fonte: Folha Online

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