O incêndio que atinge o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães - a cerca de 40 km ao Norte de Cuiabá - já é considerado pelas autoridades ambientais como "fora de controle".
Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas já consumiram 10% da vegetação. São cerca de três mil hectares, além de 13 mil hectares da vegetação fora do parque.
O major bombeiro Eneíde Martins disse que, nesta quinta-feira (13), que o trabalho dos bombeiros e brigadistas é intenso, mas o fogo é devastador.
Segundo o oficial, em casos como esse, é necessário o uso de aeronaves, que controlariam as chamas em três dias.
“Temos que agir contra o fogo e não diretamente no fogo, que oferece muitos riscos. O local é de difícil acesso. Precisaríamos de caminhões especiais para chegar até esses locais e também de aviões, que carregam até três mil litros de água. Aí, o combate seria mais eficiente. Em três dias, o fogo estaria controlado”, disse o oficial.
O material usado pelos bombeiros e brigadistas são as obsoletas bombas costais e abafadores. As bombas carregam 20 litros de água, insuficientes para apagar chamas de até um metro de altura.
O major informou que, pelo menos, 58 pessoas, entre bombeiros e brigadistas, estão empenhados em combater os focos que estão destruindo o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
“O fogo requer combate imediato e eficaz, porque sua propagação é rápida”, observou.
Aviões no chão
Martins informou que,desde 2010, o Corpo de Bombeiros tenta viabilizar a aquisição de duas aeronaves próprias para o combate a incêndios.
O modelo é o avião tanque Air Tractor (AT-8027), de fabricação norte-americana. Ele é bem conhecido da aviação agrícola brasileira, onde se faz presente na aplicação de agroquímicos nas lavouras.
Em 2011, o Governo do Estado chegou a divulgar a aquisição das aeronaves. A compra foi inserida no pacote do projeto “Mato Grosso Unido contra as Queimadas”.
A parceria liderada pelo Governo de Mato Grosso e integrada pela Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas do Estado e a Associação Mato-grossense dos Municípios, até hoje, não conseguiu alavancar a liberação do recurso, na ordem R$ 7,5 milhões.
Os recursos para a compra estão assegurados pelo Fundo Amazônia e serão desembolsados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Fumaça vista por satélite
O portal Estação Vida (www.estacaovida.org.br) divulgou, na quarta-feira, uma imagem no do satélite Terra, da Nasa, que mostra Mato Grosso coberto pela fumaça das queimadas.
No dia em que foi feita a imagem, 10 de setembro de 2012, o estado registrava 1.318 focos de calor.
Fogo só aumenta
Mato Grosso teve um aumento de 96% no número de focos de calor em 2012, conforme dados registrados pelo satélite Aqua, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Desde o início do período proibitivo, no dia 15 de julho, deste ano. No ano passado, 823 focos.
Neste ano, no mesmo período, foram registrados 1.680, segundo os dados do INPE.
Outro lado
O BNDES, por meio de assessoria, informou que não comenta projetos que estão em análise.
A Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente), também por meio de assessoria, informou que somente secretário do Comitê Gestão do Fogo em Mato Grosso, o major bombeiro Ramão Correa, está autorizado a falar sobre a eficiência dos projetos usados no Estado.
Desde a segunda-feira (10), a reportagem busca contato com o major, via celular, mas o aparelho esteve desligado em todas as tentativas.
Fonte: MidiaNews
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